segunda-feira, 13 de julho de 2015

Crônicas de sala de estar: "Seu coração diz que sim, o que importa o que os outros dizem?"

 Era uma noite fria e quieta, ela estava ali jogada em um dos cantos do sofá desarrumado rodeada por livros, cadernos, canetas e um bom chá.
 Aquela sala de paredes verdes parecia tão aconchegante para estudar, escrever e rabiscar, ouvia-se poucos toc toc de sapatos; não tão apressados, pessoas voltavam para suas casas calmamente, será que estavam aproveitando aquele céu? Aquelas poucas estrelas que sobraram ou olhando a lua? Ela gostava de pensar que sim, que aquelas pessoas estariam aproveitando algo belo que restara.
Seus olhos então paravam de fitar o vazio e voltavam para seus cadernos e livros a estudar, estava determinada; ou quase isso, fez mapas-mentais, joguinhos, e palavras cruzadas para memorizar, ser lógica e criativa, mas não conseguia parar de pensar que seu futuro dependia daquilo, mordia os lábios e começava tudo de novo.
 Algo a impossibilitava, não era sono, não era fome, mas teimosa continuou a tentar.
 Mordia novamente os lábios, e então sangrou, foi lavar a boca e então o rosto, se olhou no espelho, sorriu, fitou seu olhos, e então viu o que precisava ver, viu ela; duvidosa e insegura, já não sabia o que devia fazer, seu coração tinha certeza do que queria, dizia que sim á ela, mas outras pessoas diziam que não, que aquilo era bobagem que não daria dinheiro, mas concordou consigo mesmo no final, do que adiantava ter milhões de reais e não ser feliz? Ela  queria ser feliz! Sorriu aliviada, sabia que não seria fácil e que não teria incentivo, mas uniu suas forças as de quem a apoiava, olhou para o seu reflexo confiante, iria mostrar sua vitória.
 Secou o rosto e voltou para os livros, sabia que seu futuro dependia daquilo, e ficou feliz por perder algumas horas de sono, no final tudo valeria a pena, sorriu sozinha e fez mapas mentais, joguinhos e palavras cruzadas, fez o que queria e adormeceu naquele sofá desarrumado, rodeada por seus livros, cadernos e felicidade.
By M. Rodri 

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